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terça-feira, 22 de maio de 2012

Desejo de lobo


Sinto os deuses eufóricos
Em gritos estridentes e rasgados
Numa dança orgástica e triunfal.
Sangra a garganta do lobo

O uivo encarcerado do desejo
(é tão doce, à noite, o sabor da tua carne quente!)
Pintando de vermelho
A boca sedenta da paixão.


O teu perfume dilacera
A dura crosta que me esconde
E desperta luxúrias jamais fantasiadas…
A música toca o clímax do fogo
Em acordes selváticos e penetrantes


Rompendo a sisudez habitual
Derramando o prazer
Perder-se num amor eterno
(É a coisa mais bela que me assola!)


Que agarro com garras e com dentes.
Como os sensíveis, serei também sensível
E, solitariamente, uivo pela noite dentro
Com o hálito cálido do teu nome…