Sinto os deuses eufóricos
Em gritos estridentes e rasgados
Numa dança orgástica e triunfal.
Sangra a garganta do lobo
O uivo encarcerado do desejo
(é tão doce, à noite, o sabor da tua carne quente!)
(é tão doce, à noite, o sabor da tua carne quente!)
Pintando de vermelho
A boca sedenta da paixão.
O teu perfume dilacera
O teu perfume dilacera
A dura crosta que me esconde
E desperta luxúrias jamais fantasiadas…A música toca o clímax do fogo
Em acordes selváticos e penetrantes
Rompendo a sisudez habitual
Derramando o prazer
Perder-se num amor eterno
(É a coisa mais bela que me assola!)
Que agarro com garras e com dentes.
Como os sensíveis, serei também sensível
E, solitariamente, uivo pela noite dentro
Com o hálito cálido do teu nome…
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