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terça-feira, 3 de abril de 2012

Carta


Boa noite, amor!

Sento-me de frente para a noite e escrevo com o peito cheio de sabedoria. Olho a lua e vejo-a a sorrir. É cúmplice do meu desejo e conhece-te como eu. Agora, amor, já posso dizer que sei a que sabem as estrelas… aos pingos do mar que desaguam no rosto, à gota de orvalho sensual e cristalino, à saliva agridoce do teu beijo que humedece a minha vontade de te abraçar… às tuas pernas, sempre cobertas de deleite e traços de inconsequência, aos teus lábios de cereja vermelho-vivo que tingem o meu pescoço e deixam saudades por onde passam, à malícia irresistível em cada um dos teus olhos, à tua pele alva que atrai os meus lábios e dentes e o desejo de causar marcas apenas pelo medo de ser esquecido.
São as tuas mãos que moldam o meu prazer. São nas tuas lembranças que encontro moradia e na respiração ofegante a realidade. É em ti que eu sinto a beleza, a arte, a obsessão, a luxúria, o sabor das estrelas… Gosto quando nos transformamos em algo único e belo, envolvido pelos teus cabelos e sorrisos de banana…
Sei como sabem as estrelas quando sinto a textura dos teus lábios, quando percorro o teu corpo à procura dos pedaços dos teus segredos para juntá-los como um puzzle deliciosamente interminável...
Apesar de não ter dormido, não consigo dormir... o teu cheiro penetra o meu sono e embebeda-me a consciência de te tocar, de sentir o fogo do teu ventre a refrescar a paixão da minha pele sedenta dos teus vagidos de furor. Por isso, sei a que sabem as estrelas!

Beijo

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